Objetivos
· Avaliar o nível de Literacia em Saúde dos Cuidadores Informais (CI) de pessoas que vivem com doença associada ao envelhecimento, em Portugal;
· Avaliar a Qualidade de Vida dos Cuidadores Informais (CI) de pessoas que vivem com doença associada ao envelhecimento, em Portugal;
· Analisar se existem associações entre o nível de Literacia em Saúde dos CI portugueses e a carga dos cuidados; qualidade de vida; stress e o tempo despendido nos cuidados;
· Sistematizar recomendações que deem resposta aos resultados obtidos no estudo;
· Sensibilizar a população para a problemática em estudo.
Principais conclusões
Verificou-se que mais de metade (58, 6%) dos cuidadores informais apresenta um nível de literacia problemático ou inadequado.
Os dados evidenciaram que o nível de literacia em saúde era superior:
– em cuidadores com o ensino superior;
– em cuidadores cujo rendimento familiar era superior;
– em cuidadores que reportam um melhor estado de saúde (geral e mental)
– em cuidadores que percecionam ter um maior apoio no seu papel de cuidadores;
– em cuidadores que percecionam ter um melhor acesso à informação sobre ser cuidador;
– em cuidadores com um melhor sentido de competência para prestar cuidados;
Constatou-se que a literacia em saúde está diretamente relacionada com a qualidade vida, ou seja, quanto maior a literacia em saúde, melhor a qualidade de vida, e, por outro lado, está inversamente relacionada com a sobrecarga do cuidador informal, ou seja, quanto maior a literacia em saúde, menor a sobrecarga do cuidador.
Do estudo são ainda evidenciadas recomendações de estratégias de atuação para a promoção da literacia em saúde no contexto dos cuidadores informais, com base nos contributos de um painel de 10 peritos de diversas áreas e instituições a nível nacional, das quais se destacam como mais consensuais:
· Pressionar os decisores políticos para a necessidade de implementação efetiva do Estatuto do Cuidador.
· Criação de linha social de emergência específica para o Cuidador Informal, como medida de maior equidade.
· Sensibilizar as entidades empregadoras para a exigência de ser e do papel do Cuidador Informal.
· Criação de um gestor social de proximidade, ligado aos CSP, que faça a ligação do Cuidador Informal aos diferentes níveis de cuidados de saúde e sociais.
· Descentralização do apoio ao descanso ao cuidador, com equipas multidisciplinares, em determinados horários e dias, para que o Cuidador Informal possa ter momentos para si.