7ª fase – Literacia em Saúde em estudantes universitários

Objetivos

  • Avaliar o nível de literacia em saúde da população do ensino superior em Portugal;
  • Avaliar o nível de literacia em saúde dos estudantes dos cursos de saúde;
  • Comparar o nível de literacia em saúde dos alunos do 1º ano com o dos alunos finalistas dos cursos de saúde;
  • Identificar os principais fatores que influenciam o nível de literacia em saúde dos alunos do ensino superior.

Principais conclusões

Quase metade da população estudantil universitária tem nível inadequado ou problemático de literacia em saúde, e é na área da prevenção da doença que o panorama é mais preocupante.

O estudo revela que existem assimetrias nos níveis de literacia em saúde na população universitária, com os estudantes com menores rendimentos e com pais com escolaridade mais baixa (até ao 3º ciclo) a reportarem mais níveis inadequados ou problemáticos de literacia em saúde, independentemente do género e da idade. Também o distrito onde completa o ensino secundário evidencia diferenças, sendo que os arquipélagos da Madeira e Açores e regiões do centro interior se destacam com maior proporção de estudantes com níveis deficitários de literacia em saúde.

Os dados evidenciam que o contexto socioeconómico é um determinante fundamental da literacia em saúde na população universitária. O que aliás está em linha com o que tem vindo a ser observado para a população em geral, não só em Portugal, mas um pouco por toda a Europa. Mesmo num contexto diferenciado, como o do ensino superior, a situação socioeconómica e o meio familiar dos estudantes faz a diferença.

O estudo revela ainda que o nível de literacia em saúde é tendencialmente mais elevado entre os alunos de cursos de maior grau (pós-graduação, mestrado e doutoramento).

Quando analisados os determinantes de âmbito académico, são os alunos dos cursos não relacionados com Saúde quem apresenta níveis de literacia mais preocupantes, que se mantêm ao longo da formação – os níveis de literacia em saúde de um aluno finalista de um curso não relacionado com a Saúde não diferem dos de um aluno do primeiro ano. Em sentido inverso, ainda que os alunos do primeiro ano dos cursos de Saúde tenham níveis tendencialmente mais baixos de literacia em saúde que os restantes anos, estes tendem a aumentar ao longo da evolução académica. Verificou-se que um aluno finalista de um curso da área da Saúde tem maior propensão para ter um nível adequado de literacia em saúde, independentemente do género, idade ou rendimento, comparando com um aluno a iniciar o seu percurso.

Do estudo são ainda evidenciadas recomendações de estratégias de atuação para a promoção da literacia em saúde no contexto do ensino superior português, com base nos contributos de um painel de 28 peritos de diversas áreas e instituições a nível nacional.