6ª Fase – Literacia em Saúde na Doença Crónica

Objetivos

  • Avaliar o nível de literacia em saúde na doença crónica;
  • Analisar a relação entre o nível de literacia em saúde na doença crónica e as principais fontes de informação utilizadas;
  • Analisar a relação entre o nível de literacia em saúde na doença crónica e a adesão à terapêutica;
  • Analisar a relação entre o nível de literacia em saúde na doença crónica e a utilização de serviços de cuidados de saúde.

Principais conclusões

  1. Maior literacia em saúde, menor utilização da urgência hospitalar
  2. Menos literacia em saúde, maior número de doenças crónicas em simultâneo
  3. Mais Literacia em Saúde melhor adesão à medicação
  4. Televisão ocupa terceiro lugar nas fontes preferenciais de informação
  5. Apenas 3 em cada 10 doentes crónicos renovam a medicação online
  6. 9 em cada 10 doentes crónicos não utilizam o SNS24

Cerca de 55% da população com doença crónica tem níveis inadequados de Literacia em Saúde, segundo o estudo “Literacia em Saúde na Doença Crónica” desenvolvido pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa (ENSP-NOVA), em parceria com a Ordem dos Farmacêuticos, no âmbito do projeto Saúde que Conta.

O estudo revela também o impacto da literacia em saúde na utilização do sistema de saúde. As pessoas com doença crónica e com um nível de literacia em saúde mais baixo utilizam mais vezes o serviço de urgência hospitalar, as consultas de medicina geral e familiar e a urgência do centro de saúde.

Cerca de metade dos inquiridos afirma não ter apoio em aspetos relacionados com a gestão da sua doença, e quem gere autonomamente a doença apresenta um nível de literacia em saúde mais elevado.

Os resultados apontam para 78% de taxa de adesão à terapêutica e revelam também que um maior nível de literacia em saúde se reflete numa melhor adesão à terapêutica, com uma maior perceção da necessidade de tomar a medicação e uma diminuição da preocupação relativa à sua toma.

O estudo destaca ainda que o nível de literacia em saúde pode estar relacionado com morbilidade múltipla, sendo que um indivíduo com menor literacia em saúde tem mais doenças crónicas em simultâneo.

O estudo permite também concluir que quanto maior é o grau de escolaridade, maior é também o nível de literacia em saúde. Os doentes crónicos estudantes ou profissionais das áreas da saúde também apresentam um nível de literacia em saúde superior.

De acordo com o estudo, as principais fontes de informação em saúde utilizadas pelos doentes crónicos são os profissionais de saúde (82,8%), seguindo-se os familiares e amigos (57,7%) e a televisão (55,1%). Apenas cerca de dois em cada dez indivíduos com doença crónica utiliza a Internet, e entre os utilizadores apenas 25% procura informação sobre Saúde através de plataformas governamentais.

O estudo contou com a participação de um total de 412 indivíduos com doença crónica com idades compreendidas entre os 18 e os 94 anos. Entre as doenças crónicas mais prevalentes na população inquirida encontram-se a hipertensão arterial, a dislipidémia, a diabetes, a ansiedade e depressão.

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