2ª Fase – Decisão Partilhada em Cuidados de Saúde

Think Tank Decisão Partilhada em Saúde

A participação dos doentes no planeamento e execução dos cuidados que recebem tem vindo a ganhar relevância ao longo dos anos, uma vez que os doentes devem ser considerados como parte integrante da sua equipa de saúde. Assim, a participação e o envolvimento dos cidadãos nos processos de tomada de decisão, no setor da saúde, contribui para a construção de uma democracia mais participativa. Em 2013, Saúde que Conta centrou a discussão na Decisão Partilhada em Saúde analisando o processo de interação entre médico e doente.

Objetivos

  • Destacar algumas questões-chave quanto à decisão partilhada em saúde; rever o papel que o cidadão deve assumir na sua saúde, nomeadamente os principais fatores facilitadores;
  • Identificar as barreiras à decisão partilhada em saúde, focando a discussão no acompanhamento das doenças cardiometabólicas.

Principais Conclusões

Apesar dos esforços que têm vindo a ser desenvolvidos os peritos concluem que continua a haver uma tendência para a prescrição de medicamentos em detrimento de uma orientação para comportamentos saudáveis e de mudança de estilo de vida. Este padrão é identificável, também no acompanhamento das doenças cardiometabólicas, como a doença cardíaca, dislipidémia, diabetes e hipertensão. 

Adicionalmente, a esta tendência junta-se o pouco tempo disponível para cada consulta, o que reduz o tempo para interação entre o médico e o doente e a possibilidade de partilha de opiniões. Deste modo, a informação clínica que o doente tem à disposição é, muitas vezes, insuficiente para que se torne ativo na tomada de decisões e interventivo durante a consulta. Na verdade, vários estudos apontam para que quando o doente participa nas decisões que lhe dizem respeito, os resultados em saúde melhoram. Isto faz com que a participação do doente na tomada de decisão em saúde seja um indicador da qualidade dos cuidados.

O grupo de pensadores envolvidos avança, como soluções possíveis, a aposta na informação dos utentes e dos profissionais de saúde e na melhoria das suas competências comunicacionais que pode ser alcançado, não só através da produção e validação de conteúdos informativos por entidades competentes, mas também pela qualificação dos profissionais de saúde – para comunicarem eficaz e claramente com os utentes e para compreenderem melhor as diferentes expectativas, crenças e opções dos cidadãos. A vontade dos doentes e/ou cuidadores em participar ativamente nas decisões de saúde que lhes dizem respeito torna-se, assim, proporcional à empatia gerada entre estes e o profissional de saúde.